quinta-feira, abril 02, 2009

o rio do meio

Como fica evidente a vida quando nos perdemos dela. Parece um tanto contraditório, mas é ai que se refaz um destino.
Muitas vezes nos mostramos mais ou menos do que realmente somos. E não somos nada, e somos tudo (pelo menos o que queremos ser).
Lendo o Rio do Meio de Lya Luft, pude reencontrar Daniela. Meus medos, meus anseios mais profundos, meus sonhos esquecidos, minhas mais profundas convicções (do nada!).
O livro nos faz pensar em algo que é realmente interessante: o duelo entre duas pessoas que vivem, muitas vezes, dentro de nós. Uma que faz tudo como 'deve ser feito' e outra que interfere naquela 'boazinha' e que todos acham que conhecem.
Vejo, hoje, claramente que as opiniões alheias tem a importância que damos a elas e que viver é pagar o preço da bagagem que carregamos intimamente.
Voltado para o público feminino (mas nada impede a leitura pelo público masculino!!), o Rio do Meio nos faz pensar sobre a familia, os filhos, os homens, a vida e a morte. De uma maneira muito interessante, Lya fala da relação da vida com a morte. A morte de todas as coisas.
Vale a pena!!


"Não sou a areia
onde se desenha um par de asas
ou grades diante de uma janela.
Não sou apenas a pedra que rola
nas marés do mundo,em cada praia renascendo outra.
Sou a orelha encostada na conchada vida,
sou construção e desmoronamento,
servo e senhor,
e sou mistério

A quatro mãos escrevemos este roteiro
para o palco de meu tempo:
o meu destino e eu.
Nem sempre estamos afinados,
nem sempre nos levamos a sério."
Lya Luft

Nenhum comentário: