terça-feira, agosto 18, 2009

Medo

Gosto dos textos q não são meus.
Estou no processo de escrita do meu livro e isso, por mais estranho que pareça, está me roubando as ideias.
Escrever aqui esta sendo uma tarefa realmente difícil. Mas em breve começarei a publicar trechos do livro.
Por hoje, Martha Medeiros de presente para vocês.

"(...)Medo do escuro? Já tive, hoje não. Medo de avião? Nenhum. E no entanto, eu sinto um medo asfixiante, um medo que não consegui explicar porque não é um medo catalogado, não é assim como um medo de cobra, trovão, sequestro. Eu teria medo de saltar de pára-quedas, eu acho, mas isso nem se compara com o medo que sinto de mim. É como se fosse uma claustrofobia, como se eu fosse uma espécie de elevador. Um elevador enorme, com fundos falsos, alçapões, paredes como as dos filmes de James Bond, que com um toque se abrem e revelam uma biblioteca ou uma sala cheia de armas. Eu me conheço e ao mesmo tempo sei que posso me surpreender a qualquer momento. Tenho medo de não conseguir manter minhas idéias, meus pontos de vista, minhas escolhas. A minha cabeça é como um guarda que não permite que eu estacione em local algum. Eu fico dando voltas e voltas e voltas no meu cérebro e quando encontro uma vaga para ocupar, o guarda diz: circulando, circulando... Você está me entendendo? Eu não tenho área de repouso. Raramente desligo, e quando isto acontece, não dá nem tempo de o motor esfriar.
[...] Não chego a temer a loucura, no fundo a gente sabe que ninguém é muito certo. Eu tenho medo é da lucidez. Tenho medo dessa busca desenfreada pela verdade, pelas respostas. Eu me esgoto tentando morder meu próprio rabo. Quando estou acostumando com uma versão de mim mesma, surge outra, cheia de enigmas, e vou atrás dela. Tem gente que elege uma única versão de si próprio e não olha mais pra dentro. Esses é que são lunáticos. Eu, ao contrário, quase não olho pra fora. Ok, eu sei que jamais vou derramar um copo de cerveja na cabeça de um homem, nem vou sair nua pelos parques protestando contra o uso de casacos de pele. Eu nunca vou fazer uma extravagância, e é isso que me assusta, que uma piração de vez em quando pode ser muito bem vinda. Você me entende? Eu não tenho medo de perder o senso. Eu tenho medo dessa eterna vigilância que me impede de falhar. [...] O que me amedronta é essa insistência de me enfrentar."
[Trecho do livro "Divã" da Martha Medeiros].


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segunda-feira, agosto 03, 2009

Queria ter preparado um post especial, cheio de informações maravilhosas, de pensamentos filosóficos... mas não o fiz.
Meus dias não são assim. Não planejo nada neles. Nunca acordo sabendo a certo o que vou fazer. Apenas acordo e vivo. E a vida é isso.
É o inesperado. São os encontros por acaso, são os desencontros, a vida é o amor não correspondido, a carta de amor não lida, a música preferida ouvida e centenas de milhões de vezes (até perder o sentido de ouvir); a vida é o questionamento diário, é a conversa com Deus, é o esquecimento, a lembrança, é a incerteza.
A vida é isso.
Simples assim.
O objetivo dela é apenas vivê-la.
Com intensidade, com mestria, com resposabilidade, com amor.
Minha vida é assim. Devagar e intensa.
Eu não podia mesmo ter programado um post formidável. As coisas formidáveis em minha vida nunca conseguiram ser definidas por palavras para que pudessem serem escritas.


"Prefiro escutar a filosofia do silêncio fecundo - a ouvir a sociologia do ruido estéril..." (Huberto Rohden - Livro: De Alma para Alma - indico, indico, indico!!!)




Música: Éo que me interessa - Lenine
http://www.youtube.com/watch?v=LOI60Nh-Vog&feature=related









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;)